Já parou para pensar no por quê uma roupa com determinada cor te cai tão bem enquanto outra chega até a mudar o seu astral negativamente? O mesmo vale para os tons da maquiagem e esmalte que você escolheu para a festa passada, paro cabelo que pintou recentemente ou para o acessório que está usando agora mesmo para arrematar o look do dia.
Tudo isso não se dá ao acaso, e existem até estudos que explicam a razão: a colorimetria.
“Cada cor que entra na sua rotina tem uma função visual. Pode aparentar que você está mais nova, mais velha, mais descansada, mais abatida, sem manchas, com manchas, sem rugas, com rugas e por aí vai.
Como tudo começou:
Os estudos sobre colorimetria começaram na virada para o século passado, com artistas e mestres como Chevreul, Ostwald, Munsell, Itten e Dorr. Eles foram potencializados nos anos 20, com a escola Bauhaus, e pavimentaram os raciocínios sobre coloração pessoal.
Nos anos 40, a artista plástica e estilista americana Suzanne Caygill criou o Method of color analysis e nunca mais parou de estudar o tema. Nos anos 80, lançou a obra definitiva Color the essence of you e criou também a The academy of color, se estabelecendo como a grande pioneira.
No final dos anos 80, a coloração estourou com o livro de Carole Jackson, Color me beautiful, que impactou milhões de americanas e se intensificou com a profissão de personal styling, que estava nascendo na época.
Carole simplificou as ideias baseadas nas quatro estações: primavera, verão, outono e inverno, e trouxe as tabelas correspondentes para cada uma, criando um verdadeiro império de produtos e serviços.
E no início dos anos 90, outra americana, Mary Spillane, desdobrou as quatros estações no método sazonal expandido, com sub divisões, para 12 tipos (verão puro, suave e claro; inverno puro, intenso e profundo; primavera pura, clara e intensa e outono puro, suave e profundo) no livro Color me beautiful’s looking your best.
Nessa última década, temos visto cada vez mais a coloração pessoal, amplamente divulgada por consultores de moda e imagem. Hoje em dia é uma febre, impossível passar pelo Instagram sem ver um post sobre o assunto.
Os fundamentos:
Sempre pensamos sobre combinar as cores das roupas e dos acessórios. O estudo de coloração pessoal consiste em combinar essas cores com as nossas cores, para obtermos mais harmonia na nossa imagem final. E por nossas cores, leia-se cabelos (sobrancelhas e cílios, pelos em geral), olhos (incluindo íris), pele e veias.
Nessa análise das nossas próprias cores, contemplamos:
⁃ a temperatura (quente, neutra ou fria);
⁃ a profundidade (clara, média ou escura);
⁃ a intensidade (opaca, média ou brilhante);
⁃ o contraste (alto, médio ou baixo).
Consideramos os tons e os subtons da pele:
⁃ o tom é dado pela melanina, que define a coloração;
⁃ o subtom é o que fica por baixo da pele e que caracteriza a pele como fria, neutra ou quente, definido pela hemoglobina e pelo caroteno.
O princípio é o de que as cores que usamos refletem na gente, principalmente do rosto (mas também contam mãos e pés); podem refletir bem e reforçar traços admiráveis e refletir mal e reforçar traços indesejáveis.
E refletem mesmo. Todo mundo que tem olhos azuis ou verdes, por exemplo, sabe que quando usa uma dessas cores na parte de cima, ressalta a cor dos olhos e vai passar o dia todo recebendo elogios. Covardia, risos. Ou quem nunca notou que, ao usar uma blusa laranja, vermelha ou pink, o rosto pareceu “bronzeado” num desses tons?! Agora, quando mapeamos as nossas cores, vamos mais fundo e os resultados são mais sutis, mas mais relevantes, abrangentes e ainda mais impactantes.
A análise:
o ideal é que a análise de coloração pessoal seja feita por um profissional, consultor de moda, de imagem ou especialista em cor, com a bagagem intelectual e a experiência necessárias para conduzir o processo, e o devido material, com os tecidos coloridos relativos às estações e as respectivas cartelas pertinentes.
Na prática, fazemos o teste com a pessoa de cara lavada, com faixa no cabelo para isolar o rosto, luz natural, espelho na frente, e logo na altura do pescoço, usamos os tecidos específicos de inúmeras cores e tons. Vamos colocando um a um e observando, não apenas as cores dessa pessoa, mas também as mudanças que vão acontecendo a olho nu e confirmando as que funcionam ou não, concluindo no final a estação e a cartela naturais e ideais para consumo e uso.
Fazemos também uma avaliação complementar sobre contraste, que é a discrepância entre as cores de olhos e pelos e a cor da pele. Uma boa maneira de testar o nosso contraste é transformar uma foto colorida em branco e preto e aí fica muito claro se temos uma estética de baixo contraste (pouca ou nenhuma diferença), médio, ou alto contraste (muita diferença).
O objetivo é alinhar tanto as temperaturas das nossas cores (frias ou quentes), quanto o nível de contraste com nossas peças, para a imagem final não ficar nem muito leve e nem pesada demais.
O sistema funciona mesmo. É encantador a gente ver ao vivo a pessoa, a cada cor que entra, ficando mais nova, mais velha, mais descansada, mais abatida, sem manchas, com manchas, sem rugas, com rugas e por aí vai.
A mágica:
As diferentes cores e tons dos tecidos que especificam as estações, assim como das nossas próprias peças, criam mudanças gritantes e impressionantes.
Algumas vantagens, quando usamos as cores que combinam com as nossas:
⁃ nossa imagem fica harmônica e equilibrada;
⁃ os olhos tendem a brilhar;
⁃ a pele tende a parecer mais macia e vistosa, com a textura mais suave;
⁃ a pele também tende a parecer mais lisa, sem manchas, sem rugas, sem linhas de expressão;
⁃ a aparência tende a ficar mais saudável;
⁃ a aparência tende a ficar mais jovem;
⁃ o branco do olho tende a ficar mais branco;
⁃ os dentes também tendem a ficar mais brancos;
⁃ o contorno do nosso rosto tende a ficar mais definido.
E com as cores que não combinam, percebemos que os efeitos são os contrários:
⁃ falta de harmonia;
⁃ pele cansada, sem viço;
⁃ manchas aparentes;
⁃ sombras;
⁃ rugas e linhas de expressão mais aparentes;
⁃ olheiras aparentes;
⁃ veias aparentes; dependendo da cor, um ou outro tom fica mais evidente;
⁃ dentes amarelados;
⁃ buço aparente.
A análise de coloração pessoal é uma poderosa ferramenta de autoconhecimento. Com a consciência das cores que nos valorizam, fica mais fácil, rápido e tranquilo fazer escolhas com segurança e acerto e, isso potencializa a autoconfiança e a autoestima.